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| Divulgação Proclamação da República, alegoria. Publicada na Revista Illustrada, século XIX. |
Objeto de desejo feminino desde a época da Colônia, o sapato ganha mais popularidade no Brasil a partir da Independência. Calçados de couro concorrem com os de seda, e começam a substituí-los, devido a sua maior durabilidade. Contudo, boa parte da população brasileira continuou descalça ao longo desse período, principalmente as camadas mais pobres.
Em 1824, os alemães que chegam ao Sul do Brasil divulgam o artesanato do couro no território. Acostumados a usar calçados durante a jornada de trabalho no campo, os europeus se recusavam a andar descalços, ao contrário da camada mais pobre de brasileiros, que, de qualquer forma, não teria como adquirir sapatos ou botas. Nos anos seguintes, mais artesãos europeus chegaram ao Brasil visando à possibilidade de lucros com objetos de couro.
Na segunda metade do século XIX, a inspiração britânica sai de moda no Brasil, e os figurinos passam a acompanhar as tendências francesas. Concomitantemente, o presidente francês Luís Napoleão, sobrinho de Napoleão Bonaparte, trama um golpe de Estado e é sagrado Imperador Napoleão III. Coincidência ou não, Paris passa a ditar a moda até 1900.
Somente a partir da década de 1870, com a importação da máquina de costura, a produção de calçados no Brasil ganha impulso. Ainda assim, os sapatos mantém suas características artesanais. Apesar dos ganhos adquiridos com a produção de calçados por aqui, engana-se quem pensa que fábricas de sapatos se difundiram rapidamente no território brasileiro no alvorecer do século passado.
Na segunda década do século XX, com a disponibilidade de energia elétrica, finalmente a produção de calçados torna-se fabril, para a felicidade das mulheres, que hoje têm diversas opções de cores e de modelos para desfilar pelas ruas brasileiras.
Em breve, outras curiosidades sobre calçados.
Beijo,
Alessandra Baldner
Comunicação
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